Nas danças a dois, todos os sentidos comunicam!
O olhar, o cheiro, a pele, o ouvir…
O olhar pode ser sobre si próprio, o outro e sobre os outros que se fazem presentes no salão.
O cheiro da própria pele, do outro ou os cheiros que se misturam no salão.
O sentir da própria pele, do outro, da música sobre a pele e ainda o sentir do movimento do outro e do próprio movimento.
O ouvir da música que chega diretamente aos nossos ouvidos ou o ouvir da música através do corpo do outro.
É tanto, que talvez as danças a dois sejam as mais completas formas de comunicação através dos sentidos.
O olhar, se for livre das belezas e feiúras convencionais e pré estabelecidas, pode ver muito além do que o outro é, e do que se é.
O cheiro que pode nos enjoar, mas também nos absorver e ficar marcado pra sempre na nossa memória.
A pele que é o maior órgão do corpo humano, é responsável por captar informações sutis e nem tão sutis que vem do corpo do outro. Também é capaz de sentir e absorver a vibração da música e a vibração que vem do corpo do outro, fazendo o casal sentir-se na mesma freqüência ou em freqüências que se complementam quando encontram a harmonia.
O ouvir, que funciona através um sistema mecânico perfeito, permitindo transformar a vibração em palavras, música e melodia.
Se deixarmos pra trás os passos planejados e nos entregarmos a sentir a informação e a música que vem do corpo do outro, podemos chegar a um nível de diálogo dançante, que nos levará a lugares nunca antes percorridos.
Esse diálogo dos sentidos nos permite experimentar o tempo do outro e dar atenção ao nosso próprio tempo, já que muitas vezes somos levados pelo tempo que a sociedade nos impõe, sem nos atentarmos, se aquele tempo, é o que condiz com a nossa condição e vontade.
Nos entregarmos a essa experiência permite auto-conhecimento, meditação, respeito e cura.